Quantas das palavras e expressões a seguir fazem parte do seu dia a dia profissional: brainstorm, call, job, deadline, feedback, home office, budget, mindset e briefing? Por meio dessa simples reflexão é fácil comprovar o quanto o inglês está presente na rotina de trabalho das mais variadas profissões. Especialmente em um cenário pautado pelas relações digitais em um mundo hiperconectado tanto em termos de ferramentas de comunicação quanto de trocas culturais.
Ainda que já na etapa de seleção de currículos a exigência pelo domínio da língua inglesa seja um requisito cada vez mais frequente – sendo praticamente uma unanimidade em áreas como Tecnologia e Comunicação –, é muito comum escutar algo como “estudei inglês por muito tempo, mas, como não pratico, sinto que estou enferrujado”. Quando refletimos sobre esse tipo de relato, fica evidente um pensamento antigo sobre o estudo do inglês, quando o mais importante era decorar regras e vocabulário.
Está claro, no entanto, que essa abordagem não funciona para todos como já se supôs, pelo contrário: cria-se uma grande pressão em nome da performance de quem estuda, como se fosse possível dominar uma nova língua tal como se domina um assunto técnico e imutável; como as Leis da Física, por exemplo.
Devemos ter em mente que, enquanto forma de expressão e comunicação, o idioma é vivo! E, como tal, trata-se de um convite para entendermos o mundo a partir de um conjunto de crenças e maneiras de materializá-las, fazendo com que a vivência e a experimentação sejam fatores essenciais para incorporarmos aquela visão de mundo à nossa. Em outras palavras, precisamos entender que o uso do idioma inglês no mercado de trabalho está ligado, acima de tudo, à contribuição cultural dos países em que esse idioma é falado para a forma como realizamos nossas atividades.
Tendo isso em vista, as propostas de uma educação bilíngue estão totalmente aderentes ao que os alunos irão encontrar quando chegarem ao mercado de trabalho – inclusive, já nos anos iniciais da graduação, durante o estágio. Por terem a chance de experimentar o inglês nas mais variadas situações do cotidiano, dentro e fora de sala de aula, as palavras e expressões que mencionei no início – e muitas outras, claro – serão compreendidas como algo natural, sem estranhamento ou insegurança.
Outro fator importante é que a ampla exposição ao idioma durante os anos de ensino bilíngue fará com que situações cotidianas como reuniões, apresentações, eventos, avaliações e produção de conhecimento em inglês sejam também naturais. Afinal, o hábito adquirido na escola se transformará em uma conduta sem medo, relaxada e prazerosa.
Para encerrar, quero trazer uma analogia que acho bastante interessante. Quando aprendemos a dirigir, tudo parece muito difícil, especialmente pela quantidade de elementos que devemos gerenciar ao mesmo tempo, como os movimentos para manusear o carro e a atenção à rua, aos retrovisores, aos passageiros que levamos.
Nesse cenário, o ensino convencional do inglês seria a escola de formação de condutores, onde temos a chance de conhecer o que é cada coisa do carro, quais são as regras de trânsito, o que podemos ou não fazer e assim por diante. O bilinguismo, por sua vez, seriam as aulas práticas, responsáveis por, no futuro, permitirem que a gente se torne um só com o veículo, adquirindo a capacidade de dirigir sem racionalizar passo a passo do que fazemos e, ainda, aproveitar uma boa trilha sonora para nos embalar na estrada ou no trânsito dos grandes centros.
Para garantir que os futuros profissionais possam guiar suas carreiras é preciso dar a eles quilometragem de experiência, e não apenas um guia de gramática ou um dicionário que deve ser decorado. O inglês, para fazer parte de nossa vida, precisa ser vivenciado e no bilinguismo isso é o combustível que nos move!
Cecília Lemos é Gerente de Serviços Educacionais da Richmond Brasil e uma das líderes do Programa Bilíngue de Educate.