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    No passado, a educação era muito mais baseada em conteúdo do que no desenvolvimento de habilidades. A educação se fazia de forma mais mecânica e sem muito pensamento crítico, ou seja, não eram feitos muitos questionamentos sobre como algo acontecia, o porquê, quais as consequências. O pensamento crítico não era uma rotina e os alunos não se conectavam com o que estudavam, porque não viam um significado real no que estavam aprendendo. Ainda bem que o ser humano tem sede de aprender e se desenvolver, não é mesmo? Graças a essa sede de se aprimorar e buscar crescer mais e sempre, a educação também não para e está sempre vivenciando a incansável busca do aprimoramento.

    Saímos do conteudismo exacerbado e passamos à construção de habilidades que buscam a formação holística do indivíduo para que ele possa realmente ser sujeito de sua própria vida e agente de transformação da sociedade. Para tanto, entendemos a escola como em constante processo de construção onde todos devem participar. Parceria é a palavra-chave para que a aprendizagem de nossos filhos aconteça de forma completa e profunda, trazendo a tão desejada transformação pessoal e boas perspectivas para a construção do futuro. Ver o aluno holisticamente quer dizer vê-lo por inteiro, abraçando todas as esferas da formação de um sujeito, agente histórico-transformador. Sair do “quem descobriu o Brasil?” para “o que aconteceu com a população indígena quando os portugueses chegaram aqui e iniciaram o processo de colonização?” ou “Como e por que existem processos de colonização?” “Eles ainda existem em pleno século 21?”. São questionamentos intrigantes, não é mesmo?  Para responder questionamentos assim, a escola usa, hoje, de tecnologia, pesquisas, filmes, documentários e uma gama de ferramentas que se fazem interativas, envolventes e eficazes para a tão desejada aprendizagem significativa. Essas ferramentas e tantas outras que possam ser criadas não são nada sem a parceria entre família e escola. Os nossos alunos precisam entender que há uma continuidade entre o que eles vivenciam na escola e em casa. Uma ponte que facilita essa aprendizagem e que convida à construção do significado e do desejo de mudança, tanto da vida pessoal como do planeta.

    A educação se faz nessa parceria família e escola. Os conteúdos batem facilmente à nossa porta, porém o que fazer com eles, e como fazê-lo, depende dessa parceria. É um trabalho contínuo de preparo da terra fértil para jogar a semente. É o cuidado do jardineiro para que a semente brote e cresça forte, com raízes profundas, capaz de dar frutos. Nossos filhos são as sementes e a parceria entre a escola e a família, o jardineiro. A terra fértil é o espaço escolar, os nossos lares, um teatro, um filme no cinema… Todo o lugar onde o jardineiro puder preparar essa terra e encher a semente de nutrientes como o pensamento crítico, a inteligência emocional, a capacidade de criar e imaginar, a capacidade de tomar decisões e resolver problemas… Essas são algumas do que se chamam habilidades de vida. Elas geram o ser integral, inteiro, que se sente capaz de agir e fazer acontecer. Essas habilidades não podem e não devem ser transmitidas apenas na escola. Elas precisam de uma rede de apoio que fará a sustentação da semente enquanto ela cresce e vai se fortalecendo para ser independente e capaz de cumprir sua missão com autonomia.

    Então, se nossos filhos se sentirem e estiverem preparados para desabrochar para a vida com liberdade, com prazer e com foco, eles poderão se sentir inteiros e capazes de viver tudo o que a vida sempre nos reserva: desafios, alegrias, tristezas, crescimento… E a cada momento da vida, seja ele alegre ou oportunidade para crescimento, sermos capazes de vivenciá-lo, compreendê-lo e aprender com ele, nos faz integrais, completos, inteiros.

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