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    Ô abre alas que eu quero passar

    Peço licença pra poder desabafar

    A jardineira abandonou o meu jardim

    Só porque a rosa resolveu gostar de mim

    A jardineira abandonou o meu jardim Só porque a rosa resolveu gostar de mim

    Chiquinha Gonzaga, 1899

    Quando você lê os versos acima, você sente seu corpo querer balançar um pouco ou, simplesmente, canta a música na sua mente? Incrível como certas coisas marcam, não é mesmo? As festas e danas fazem parte da cultura de um povo e, consequentemente, junto com a língua, constroem a sua identidade. No entanto, cultura envolve muito mais que as festas e celebrações de uma comunidade. A cultura engloba as ideias, os costumes e o comportamento social de pessoas que fazem parte de um grupo.

    Então, aprender uma língua passa a envolver, também, estar em contato próximo com a cultura dos países dessa língua. Vivenciar as diferenças e semelhanças com nossa própria cultura e entender que tudo isso só vem somar ao nosso saber. Não precisamos desaprender uma cultura para aprender outra. Não é necessário diminuir a importância de uma cultura em detrimento da outra. Pelo contrário! A ideia é agregar, juntar, somar mesmo! Ao invés de ter uma criança que é capaz de aprender e explorar as possibilidades de uma cultura, vamo-nos deparar com crianças mais adaptáveis e flexíveis diante dos desafios da sociedade do século 21, prontas para acolher o novo e aprender com ele.

    Não existe a equação de aprender uma língua sem aprender a cultura dessa língua. Aprender sobre outra cultura traz desafios, porque precisamos estar mais atentos para ler os sinais que são emitidos por ambientes que não são mais impregnados apenas do saber que nos acompanha desde que nascemos, mas convida à oportunidade de caminhar por águas novas e entender que, não importa que sejam salgada ou doce, as águas dos rios e mares acabam juntas nos oceanos. Oceanos que se abrem aos navegantes e descobridores dos sete mares, guiados pela luz de profissionais na escola que trabalham em parceria com as familias para trazer a firmeza dos faróis. Aprender sobre culturas de outras comunidades nos dá a certeza de quem somos e, mais ainda, de quem podemos ser. O mesmo acontece com nossos filhos quando expostos a tantas culturas diferentes em uma sala de aula bilíngue: Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Canadá, Nova Zelândia… Imagina quanto saber! Imagina quantas chances de aprender a navegar e se aventurar por mares, descobrindo suas capacidades e como é bom e importante aprender sobre tantas culturas diferentes!

    Então, que venham os mais diversos lugares, as mais belas culturas com os braços abertos a esperar nossos filhos e que eles também as acolham, fiquem à vontade e descubram o mundo que está à espera deles, de braços abertos.

    Uma luz azul me guia

    Com a firmeza e os lampejos do farol

    E os recifes lá de cima

    Me avisam dos perigos de chegar

     

    Angra dos Reis e Ipanema

    Iracema, Itamaracá

    Porto Seguro, São Vicente

    Braços abertos sempre a esperar

     

    Pois bem, cheguei

    Quero ficar bem à vontade

    Na verdade, eu sou assim

    Descobridor dos sete mares

    Navegar eu quero

     

    Uma lua me ilumina

    Com a clareza e o brilho do cristal

    Transando as cores desta vida

    Vou colorindo a alegria de chegar

     

    Boa Viagem, Ubatuba

    Grumaí, Leme e Guarujá

    Praia Vermelha, Ilhabela

    Braços abertos sempre a esperar

     

    Pois bem, cheguei

    Quero ficar bem à vontade

    Na verdade, eu sou assim

    Descobridor dos sete mares

    Navegar eu quero

     

    (Obra de Michel e Gilson Mendonca, eternizada na voz de Tim Maia)

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