“Não basta saber ler que ‘Eva viu a uva’. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” Paulo Freire.
O que podemos deixar de legado para nossos filhos? Amor que permeia as relações e uma boa educação. Uma educação de qualidade abraça a formação do indivíduo ativo, capaz de atuar na sociedade e fazer a diferença. Esse é o papel do cidadão global: entender que ser único o faz peça-chave nas transformações de que o mundo precisa. Sair do individualismo e pensar no coletivo global.
Como escola e família podem exercer uma parceria de sucesso com esse objetivo? São muitas as atividades e ações que podem contribuir para o sucesso da educação de nossas crianças. Desenvolver habilidades acima de saber conteúdos. Entender que vivenciar experiências traz uma gama de saberes que, unidos aos nossos pontos fortes, nos tornam mais capazes de agir e construir nossas próprias vidas. Uma delas é o desenvolvimento da habilidade de pensar criticamente. O pensamento crítico permeia todas as áreas da educação do indivíduo. Ao ler a frase de Paulo Freire acima, podemos pensar a leitura crítica e o pensamento crítico como grandes companheiros que se alimentam e se fortalecem. Ler criticamente envolve perceber, no texto, as informações e ideias relevantes. Ao identificar essas ideias, conseguir transferi-las para um contexto social e, a partir daí, refletir sobre o tipo de informação que está sendo transmitido, conseguir fazer conexões entre essas informações e sua experiência de vida para, então, conseguir unir todos esses saberes e agir a partir deles. A leitura crítica exige uma ação cuidadosa, ativa, reflexiva e analítica sobre o texto. Seja ele um filme, uma propaganda, um artigo, um livro infantil, ou um texto escrito para uma tarefa em classe. O pensamento crítico é a habilidade de validar o que foi lido, tendo em vista nossos conhecimentos, vivências anteriores e entendimento de mundo.
Então, escola e família podem vivenciar a leitura em conjunto, estimulando questionamentos e convidando as crianças a refletirem sobre suas próprias respostas.
“Você gostou desse livro?”
“Sim.”
“Por que você gostou? Como faria diferente?”
A famosa fase dos porquês deve se estender por toda a vida do cidadão global. Ela impulsiona a vida, que impulsiona descobertas, e impulsiona a leitura do mundo, que, por sua vez, impulsiona a autorreflexão e o desejo de mudança. Mudança da própria condição e um olhar que se alarga para a construção de um horizonte mais esperançoso. Um horizonte que não está distante de nós, mas que é construído todos os dias por cidadãos mais conscientes, preparados e empáticos. Um ciclo virtuoso e infinito. Esse ciclo alimenta a aprendizagem em si. E aprendizagem significa vida. Ela não deixa de existir. Sempre está lá enquanto houver vida.
Então, viva a leitura crítica! Viva os questionamentos! Viva a parceria escola X família.
Afinal, como já versou Chico Buarque:
“Todos juntos somos fortes, somos flecha e somos arco”.
Somos tudo o que é necessário para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana.
Extra!
Escute o clássico de Chico Buarque!