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    Conceito é parte intrínseca da globalização e tem papel importante na formação de “cidadãos do mundo” 

    Você já ouviu falar no termo “translanguaging”, ou “translinguagem”? O conceito é cada vez mais difundido, especialmente quando a instituição de ensino busca a introdução de idiomas de maneira orgânica e integrada, visando um aprendizado perene por parte do aluno. 

    Translaguaging significa usar,  mais de um idioma para aprender sobre qualquer que seja o tema, assimilando noções que vão além da língua em si. Por exemplo: o aluno pode usar igualmente o português e o inglês dentro de uma aula específica de inglês ou dentro de uma aula de biologia. Nesse contexto, espera-se que o indivíduo adquira mais do que um novo vocabulário: ele se torna apto a pensar, de maneira fluída e intercambiável, usando tanto sua língua materna quanto o  idioma que está sendo aprendido. Aprender dessa forma ajuda a formar alguém capaz de se relacionar com diferentes culturas de maneira íntegra e participativa, criando benefícios que vão muito além do idioma em si. 

    A ideia de translanguaging é especialmente importante quando pensamos no ensino bilíngue. Por meio dele,  os professores podem manter em foco a importância de se formar alunos que se comunicam em uma nova língua com naturalidade, fazendo com que ela seja mais do que apenas uma “língua estrangeira”. É importante, aliás, lembrar das diferenças entre língua estrangeira e língua adicional.  

    A língua estrangeira representa qualquer idioma diferente do materno que seja aprendido no país de origem do estudante.  

    A língua adicional pode também ser uma língua estrangeira, mas é mais que isso: a língua adicional é, por natureza, parte do convívio e do contexto social do indivíduo. 

    Ficou complicado? Siga o fio: se o seu filho estuda numa escola brasileira que ensina com foco bilíngue focada no inglês, ele está adquirindo uma língua adicional, visto que ela é indispensável ao contexto social no qual ele se encontra (a sala de aula, em que ele só terá a compreensão total dos temas usando recursos tanto do português quanto do inglês). Aqui, o inglês é também uma língua estrangeira, visto que a escola fica no Brasil. Digamos que seu filho também faça aulas de alemão em uma escola de idiomas. Nesse caso, não se trata de uma língua adicional, visto que ele não precisa utilizar o alemão fora da sala de aula especializada em alemão. 

    Olhando assim, a introdução de uma língua adicional pode parecer difícil, mas a verdade é que a mistura de idiomas, especialmente quando falamos em português e inglês, é extremamente comum. Quando seu filho joga videogame, por exemplo, é muito provável que entre em contato com termos como “play”, “pause” e “start”, que acabam se adicionando ao vocabulário dele de maneira orgânica.  

    “Mas misturando os idiomas meu filho vai aprender direito o inglês ou pode desaprender o português?” 

    Nem uma coisa nem outra! Estudos em neurociência apontam que o cérebro que opera em mais de um idioma acomoda os dois sistemas separadamente com o tempo de uso, aprendendo a usar apenas um idioma de cada vez com a prática. Além disso, há grandes evidências de que cérebros bilíngues têm mais conexões de neurônios, o que é benéfico para o aprendizado e solução de problemas. Ou seja, cérebros bilíngues podem ser mais efetivos no aprendizado de todas as matérias escolares e da vida. 

    No âmbito da globalização, em que o inglês é língua franca, a translinguagem e o ensino bilíngue ajudam a formar cidadãos mais preparados não apenas para os desafios do mercado de trabalho, como para a vida em sociedade, independentemente da posição geográfica. 

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