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    Você lembra ou já ouviu falar de um desenho animado chamado “Os Jetsons”? A clássica série animada que foi ao ar nas décadas de 60 e 80 (no seu reboot), no Brasil, explorava o cotidiano do futuro imaginário da humanidade. Nela, George e Jane, pais de Judy e Elroy, com 15 e 6 anos respectivamente, vivem o dia a dia de uma família do futuro, pilotando suas espaçonaves e aprendendo a lidar com os desafios do cotidiano no século 21. Os Jetsons  fizeram algumas previsões sobre o futuro que ja fazem parte do nosso cotidiano: chamadas de vídeo, smartwatches, televisores de tela plana, esteiras rolantes, turismo espacial, robôs que limpam a casa, drones e tablets. Tudo isso foi imaginado por seus criadores na década de 1960, mas já é realidade pra nós. Uma realidade corriqueira e, podemos dizer, até banal para muitos.  

    Essa realidade que envolve a tecnologia habita todos os âmbitos de nossa vida e, não podia ser diferente para nossos filhos. A tecnologia é uma grande aliada em nossas vidas e promove muitas oportunidades de aprendizagem significativa para nossos filhos. No entanto, assim como todas as ferramentas facilitadoras da aprendizagem, a tecnologia precisa estar contextualizada e em equilíbrio para que seja efetiva. O que isso quer dizer? Bem, a verdade é que tudo demais estraga. Não é esse o ditado? Isso também se aplica a tecnologia. O uso excessivo da tela pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo e emocional de nossos filhos e atrapalhar seus processos de aprendizagens. Todos nós queremos que nossos filhos sejam felizes, não é mesmo? Para isso, tentamos lhes dar tudo o que for de melhor: oportunidades de contruir um futuro seguro através de uma boa educação, por exemplo. Sabemos que a tecnologia abre portas de diversos mundos, traz uma maior exposição a conhecimentos multiculturais e diversos e é muito atrativa. Muitas vezes, deixamos que nossos filhos sejam expostos aos smartphones e tablets para que possam entrar em contato com as vivências que o mundo tecnológico pode ricamente nos proporcionar. Esse mundo é maravilhoso e válido. No entanto, assim como tudo nessa vida, ele deve ser dosado com sabedoria e equilíbrio. De acordo com pesquisadores, há benefícios em três esferas principais: 

    • Psicossocial – conteúdo de qualidade pode estimular habilidades linguísticas e sociais a partir dos dois anos de idade. Atividades adequadas podem ser positivas para o desenvolvimento social, ajudando a criança a aprender atividades antiviolência, empatia, tolerância. 
    • Desenvolvimento – atividades apropriadas com objetivos educacionais podem proporcionar mais possibilidades de caminhos ao desenvolvimento linguístico, pensamento criativo, crítico e resolução de problemas. 
    • Físico – a exposição à tela pode possibilitar o desenvolvimento físico porque as crianças respondem bem aos estímulos, principalmente quando envolvem diversão. 

    No entanto, é importante manter em mente que crianças precisam vivenciar experiências ao ar livre,  porque é através desses momentos que elas aprendem mais. As interações familiares e com colegas não podem ser substituídas pelo tempo de exposição a telas.  

    Deve-se minimizar a menos de uma hora por dia o tempo de tela para crianças abaixo de 2 anos e reduzir o máximo possível acima dessa idade, não deixando que ultrapasse as 2 horas e meia. Evite o uso de aparelhos eletrônicos durante as rotinas da família, como as  refeições e antes da hora de dormir. 

     O mais importante é fazer escolhas com sabedoria, buscando equilibrar o tempo da criança entre atividades que incluem o mundo digital e o mundo ao ar livre, com interações face a face. A exposição a telas pode ser realizada em momentos de interação familiar, quando os pais estabelecem diálogos com seus filhos sobre a atividade digital ou até participam, com eles, das mesmas. Estarmos presentes e engajados quando as telas estão sendo utilizadas por nossos filhos é uma escolha sábia e sensata na busca por esse equilíbrio de atividades e exposição midiática. Sempre priorize atividades educacionais e, se não puder estar com a criança no momento em que ela estiver interagindo com a tela, tente verificar o conteúdo ao qual esta sendo exposta. A escola pode ajudar nesse ponto, oferecendo lista de sites e atividades recomendadas.  

    Lembre: a felicidade que desejamos para nossos filhos está no abraço, no colo, no afago. Está na sensação de objetivos alcançados diante de desafios digitais e vivenciados ao ar livre, ou na interação. Não há uma fórmula para a felicidade de nossos filhos, mas há ingredientes que podem ajudar na receita. Precisamos estar conscientes de que o segredo está no balanço desses ingredientes e, se tivermos que colocar uma pitada a mais de algum, que seja de amor e presença presente. E esses ingredientes fazem a diferença! 

     

    Referências 

    Teichert. (2020). Negotiating screen time: A mother’s struggle over “no screen time” with her infant son. Journal of Early Childhood Literacy, 20(3), 524–550. https://doi.org/10.1177/1468798420926623 

    Twenge, Martin, G. N., & Campbell, W. K. (2018). Decreases in Psychological Well-Being Among American Adolescents After 2012 and Links to Screen Time During the Rise of Smartphone Technology. Emotion (Washington, D.C.), 18(6), 765–780. https://doi.org/10.1037/emo0000403 

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