“Nosso cérebro é o melhor brinquedo já criado: nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade” – Charlie Chaplin
O cérebro e seus mistérios. Quanto mais se pesquisa e se estuda, mais se aprende sobre esse órgão que é considerado o “computador central” do nosso corpo. É para o cérebro que vão todas as informações que recebemos e é ele o responsável por comandar todas as nossas atividades e sentimentos: movimentos, memórias, emoções… tudo está lá.
Aprender é vida. Como tal, está diretamente ligado ao cérebro e a tudo o que ele pode proporcionar a nossa vida. Muito se tem pesquisado sobre a aprendizagem de línguas e o cérebro. Por exemplo, como pode ser desafiador mudar de português para inglês, no caso de crianças bilíngues. Como o cérebro se comporta diante dessa mudança e que benefícios essa aprendizagem pode trazer para o futuro do aprendente, seja ele criança ou adulto.
Existem as funções executivas do cérebro que estão ligadas as habilidades de controlar, gerenciar e direcionar a atenção. Elas também controlam a habilidade de planejar e ignorar informações que não sejam importantes para a execução de determinada tarefa, por exemplo. Uma criança bilíngue tem um saber sobre duas línguas e, por causa disso, ela está constantemente gerenciando a interferência das duas línguas quando comunica, para que ela não fale uma língua quando deveria falar outra, ou diga a palavra errada, no momento errado. Tudo isso é um trabalho feito no subconsciente e de maneira automática.
Outro ponto diz respeito à idade e ao envelhecimento do cérebro. A partir dos 25 anos, o cérebro começa a diminuir o ritmo de trabalho. A memória e a velocidade, por exemplo, começam a apresentar um certo declínio com a idade. No entanto, estudos comprovam que pessoas bilíngues retardam esse envelhecimento. É como se o bilinguismo fosse um tipo de freio para o envelhecimento do cérebro. Muitos estudos estão sendo feitos para pesquisar se o bilinguismo pode reduzir ou retardar o desenvolvimento do Mal de Alzheimer. No entanto, tudo relacionado à doença ainda está em fase de pesquisa.
Mas lembre-se: aprender uma língua e seu uso é algo muito complexo e envolve muitos níveis de engajamento cerebral. Você tem sons, sílabas, palavras, frases, contexto. Há sempre muito acontecendo no cérebro quando nos comunicamos usando linguagem e línguas. É um grande trabalho e uma rede de funções para o cérebro.
Como pais de crianças bilíngues, precisamos lembrar de ter paciência, abraçar o erro como parte importante do processo e entender que cada um tem seu tempo, porque cada filho é único.
Referências:
Peal, E., & Lambert, W. E. (1962). The relation of bilingualism to intelligence. Psychological Monographs: General and Applied, 76(27), 1–23. https://doi.org/10.1037/h0093840